Destaques, Política / 23 de maio de 2012 16:53
Irati - Seguindo uma tendência observada na política nos últimos anos, de incluir cada vez mais mulheres no pleito por cargos administrativos, a executiva iratiense do Partido Verde definiu o nome de uma mulher para concorrer ao cargo de prefeita: Ieda Waydzik. Apesar de ainda não terem ocorrido as convenções partidárias, a escolha já é consenso entre os filiados. De acordo com o presidente da executiva do PV em Irati, Walter Trevisan, havia quatro prováveis candidatos à Prefeitura. José Maria Campos e Dagoberto Waydzik – marido de Ieda – declinaram da indicação a disputar o cargo. Augusto Segundo Guerreiro, o terceiro possível candidato, acatou a aclamação dos filiados de que este era o momento de uma mulher disputar o cargo e também declinou do convite. Assim, Ieda já pode ser considerada como pré-candidata.
“A mulher está hoje numa situação diferente, ela vem se posicionando dentro do mercado de trabalho de uma forma diferente. Dentro da vida política, hoje a mulher tem um espaço que é muito interessante: nossa presidenta [Dilma], nós temos a Gleisi [Hoffmann], que é a senadora do estado do Paraná [e ministra chefe da Casa Civil]. Hoje uma das maiores companhias de petróleo, que é a Petrobras, também tem uma mulher na direção”, observa Trevisan.
Conforme o presidente da executiva do partido, a bandeira do PV vai muito além das questões ambientais e de sustentabilidade e prioriza, também, a questão social. “Nós unimos estas questões e entendemos que a mulher hoje tem um equilíbrio muito grande, dentro dessa concepção que hoje a sociedade pede”, enaltece. Trevisan afirma que a escolha do nome foi bem aceita e que Ieda já estudava tal possibilidade, levando em consideração a opinião de pessoas próximas. “O nome da Ieda hoje é um nome muito respeitado e com certeza é um nome que vai ficar à disposição da sociedade”, ressalta.
Mesmo que ainda não tenham ocorrido as convenções partidárias, o nome da pré-candidata já é considerado como a representação oficial do partido para disputar a prefeitura de Irati. “Se nós fizermos coligações, aí poderemos estudar um nome para vice para compor junto com o nome da Ieda”, adianta o presidente do PV em Irati. Entretanto, ainda não está definido que partidos comporiam essa coligação. “Pode acontecer com o DEM, que é um partido que respeitamos muito pelas lideranças políticas que tem, pode ser o PT, com o qual nós já tivemos uma conversa, o próprio PMDB, com o qual estamos mantendo uma conversa, e o PSD, que ainda não definiu um nome”, indica. Trevisan afirma que, dos partidos citados, apenas o PSD consideraria lançar candidato próprio, mas que ainda não definiu, abrindo, assim, a possibilidade de coligarem.
“Estamos fazendo uma política diferente, voltada para a família e para a coletividade. Não é interesse pessoal, não existe uma vaidade. Todos os nossos candidatos a vereadores são excelentes nomes, são excelentes pessoas e que nunca disputaram a eleição. São pessoas que estão se colocando à disposição da comunidade de Irati, com uma transparência muito clara”, aposta. De acordo com Trevisan, o partido busca fazer o que ele chama de “política do bem”, ou seja, focar no direcionamento da cidade nas questões de sustentabilidade e pensar na família como um todo, além de buscar investimentos na industrialização e nas áreas da Saúde e da Educação. O plano de governo do PV foi elaborado pelos filiados, profissionais de várias áreas, que debateram seus pontos de vista sobre a cidade, atesta Trevisan.
Experiência política
Ieda Waydzik saiu do PDT e filiou-se ao PV há cerca de um ano. Seu marido, Dagoberto, já era filiado ao partido quando ela foi convidada a integrá-lo. Desde então, já se falava da probabilidade de ela sair como candidata à Prefeitura de Irati. Bem antes disso, Ieda foi uma das primeiras mulheres a ocupar uma das cadeiras da Câmara de Vereadores de Irati.
“No Executivo, ela trabalhou dentro da Prefeitura de Irati como procuradora, por quatro anos. E em várias prefeituras ela pôde trabalhar como procuradora, ajudando as administrações. Ela tem mais de dez anos de vida voltada à política, ela conhece a máquina administrativa, ela está preparada para enfrentar as coisas de dentro de uma Prefeitura. Experiência e bagagem política ela tem, e está preparada. Conhece também o trâmite da Casa [Legislativa], pois tem o mandato de quatro anos de vereadora, quando ela foi, inclusive, oposição. Para ela, isso lhe dá um conhecimento político muito grande”, defende o presidente da executiva do PV.
A militância social da pré-candidata também pesou na escolha do nome, conforme Trevisan. Entretanto, ele conta que assim que oficializado o nome dela como candidata, Ieda deve se afastar da presidência da Associação do Núcleo de Apoio aos Portadores de Câncer de Irati – ANAPCI – de modo que o eleitorado dissocie o lado político do pessoal e não veja a ONG como palanque eleitoreiro.
A indicação desse nome acompanha a tendência observada na última disputa presidencial, quando Marina Silva concorreu ao cargo pelo PV, ainda que ela tenha se desligado do partido após as eleições e esteja formulando uma nova legenda. “Ela teve um mérito muito grande pelo crescimento do Partido Verde em nível nacional, com certeza, essa eleição deu um “up” para que o partido se consolidasse ainda mais como boa opção para as pessoas, enfim, para elas hoje procurarem uma nova bandeira”, analisa Trevisan. Ele também cita Leandre Dal Ponte como grande expoente feminino do partido, que conseguiu mais de 2,5 mil votos somente em Irati na primeira candidatura como deputada estadual pelo PV, em 2010, mesmo sendo até então desconhecida no meio político, consolidando, dessa forma, o nome do PV na cidade, segundo Trevisan.
O presidente da executiva diz que a conquista da suplência de Leandre como deputada estadual contribuiu para consolidar o PV em Irati e estimulou à busca de uma mulher para disputar a prefeitura em 2012. “As notícias que nos chegam das pesquisas é que o nome da Ieda já está perto dos 10 pontos. O que é muito bom para nós”, sustenta.
Vereadores
Trevisan ainda comentou o fato de que Irati hoje possui uma mulher no Executivo, como vice, e várias outras mulheres no secretariado da Prefeitura e, no entanto, nenhuma na Câmara. Disse que o PV pretende apresentar entre quatro e seis candidatas a vereadora. “Gostaríamos muito de ter hoje uma Câmara de Vereadores com pelo menos quatro mulheres”, considera.
Trevisan indica que o PV deve sair com chapa completa para disputar cadeiras na Câmara, ou seja, apresentar quantos candidatos o TRE permitir, se não houver coligação. “Sabemos que é difícil, pois nem todo mundo hoje quer se expor a uma campanha política, não quer colocar seu nome à disposição da população, porque as questões da política hoje estão sendo sempre vistas com maus olhos. Então o que nós queremos é justamente mudar esse olhar, queremos que a sociedade comece a entender um pouco mais, falar um pouco mais de política e cobrar os políticos daquilo que está sendo feito. Lamentavelmente, ninguém vai até a Câmara, mas todo mundo reclama dos vereadores”, opina.
fonte: Jornal Hoje Centro Sul
http://www.hojecentrosul.com.br/politica/partido-verde-indica-uma-mulher-para-disputar-a-prefeitura/
Texto e fotos: Edilson Kernicki, da Redação
Publicado na edição 620,23 de maio de 2012
* Na foto - Walter Trevisan - presidente do PV de Irati.